Nos últimos meses, os consumidores das cidades de Americana, Campinas e região têm sentido no bolso o impacto de uma alta expressiva nos preços do café, com uma média de aumento de até 35% nas prateleiras. Esse aumento acentuado tem gerado preocupação entre os moradores, que já enfrentam um cenário econômico desafiador, e acendido alertas entre produtores e especialistas no setor.
A principal razão para essa alta nos preços do café está relacionada a uma combinação de fatores climáticos, custos de produção e desafios logísticos enfrentados ao longo de 2024. O clima desfavorável em várias regiões produtoras de café, como a seca prolongada e as geadas no sul do Brasil, afetaram diretamente a colheita, gerando uma oferta menor de grãos e, consequentemente, pressionando os preços para cima. Além disso, o aumento nos custos de insumos, como fertilizantes e combustível, também tem contribuído para a elevação do preço do café.
Outro fator importante que tem impactado diretamente os preços do café na região é a alta do dólar. O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de café do mundo, e a moeda americana exerce um papel crucial no valor do produto, já que grande parte do café brasileiro é negociado no mercado externo. Com o dólar elevado, a exportação do grão se torna mais vantajosa para os produtores, o que pode reduzir a oferta interna e, assim, aumentar os preços no mercado nacional.
A escassez de mão de obra qualificada para a colheita, agravada por questões econômicas e políticas, também tem impactado diretamente a cadeia produtiva, fazendo com que o preço do café suba desde a fazenda até o produto final que chega ao consumidor.
O aumento de até 35% no preço do café tem sido um golpe para muitos consumidores da região de Americana e Campinas. Os preços das variedades mais populares do grão, como o arábica e o robusta, subiram consideravelmente, afetando diretamente o custo das cafeteiras, cafés em cápsulas e até mesmo os preços nos estabelecimentos que servem a bebida.
Para aqueles que dependem do café diário, essa elevação pode ser um desafio significativo. As famílias que costumam consumir grandes quantidades de café por mês já estão sentindo o impacto na hora de fazer as compras. Além disso, as cafeterias e restaurantes locais têm repassado esses custos ao consumidor final, o que tem aumentado o preço da xícara de café nas cidades da região.
Segundo analistas do setor, a previsão é de que o preço do café possa continuar volátil nos próximos meses, dependendo das condições climáticas e da recuperação das plantações. A boa notícia é que a colheita de 2025 promete ser mais favorável, o que pode estabilizar os preços no futuro. No entanto, ainda é cedo para prever uma queda expressiva, e o aumento dos custos de insumos, junto com o dólar alto, continua a ser um fator a ser monitorado.
"Apesar de a safra 2025 ser promissora, o impacto das condições climáticas passadas e a alta do dólar ainda podem reverberar nos preços por algum tempo. Os consumidores devem se preparar para um cenário de preços elevados", afirma João Ribeiro, economista especializado em agronegócios.